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Resumo da História do Feminismo - das Sufragistas à Maria da Penha.


A partir do século XVIII com o Iluminismo e a Revolução Francesa, que tinha como lema “Igualdade, Liberdade e Fraternidade”, é que se passou a discutir e reivindicar os direitos das mulheres na sociedade. Mais tarde, houve um grande crescimento das mulheres no mercado de trabalho, por conta da Revolução Industrial. Juntamente com o socialismo, o feminismo foi um aliado do movimento operário.

Em 1848, houve a primeira convenção pelos direitos das mulheres, em Nova York. As feministas reivindicavam que os direitos sociais e políticos conquistados por essas revoluções fossem aplicados a elas também, como cidadãs – até então somente os homens tinham participação política na sociedade. Foi também em Nova York que ocorreu o movimento grevista feminino, em 08 de março de 1857, que buscava melhores condições de trabalho e melhores salários. O movimento sofreu grande repressão policial. Mais tarde, no dia 08 de março de 1908, as trabalhadoras do comércio de agulhas de Nova York fizeram uma manifestação para exigir o direito ao voto, fim do trabalho infantil e lembrar do movimento grevista em 1857, porém sofreram grande repressão. Somente após um incêndio ocorrido numa fábrica de tecidos em Nova York, é que mudanças nas leis trabalhistas e de segurança de trabalho foram tomadas. O acidente aconteceu em 25 de março de 1911, deixou cerca de 145 mortos e foi causado pelas precárias condições de segurança. Nesse mesmo ano, foi sugerido a comemoração do dia internacional das mulheres justamente no dia 08 de março, porém viria a consolidar-se somente em 1975.

Em 1897, surgiam as”suffragettes”, ativistas feministas que iniciaram o movimento no Reino Unido. Elas lutavam pelo direito ao voto feminino e maior participação das mulheres na sociedade. O movimento, que a princípio era pacífico, questionava o motivo de haver mulheres capazes de assumir altos cargos na sociedade inglesa, mas não poderem votar. Então, o movimento ganhou as ruas e suas ativistas passaram a ser conhecidas como “sufragistas” (termo ofensivo, na época). As mulheres sofriam diversos tipos de repressões, eram presas com frequência, também faziam greves de fome, chamando assim, a atenção da população para a brutalidade com que eram tratadas. Emmeline Pankhurst foi uma das principais ativistas, que divulgava o movimento e tinha um estilo mais “enérgico”, culminando em confrontos entre as sufragistas e policiais. Após a morte de uma sufragista, Emily Wilding Davison, que se atirou à frente do cavalo do rei da Inglaterra no célebre Derby de 1913, tornando-se uma espécie de heroína do movimento, é que as autoridades passaram a ouvir mais as mulheres, mas foi somente em 1918 que as mulheres conquistaram o direito ao voto no Reino Unido. O filme “As Sufragistas” conta detalhadamente a história dessas ativistas, vale a pena conferir! É interessante assisti-lo e comparar o tratamento que as mulheres recebiam e como é agora. Embora tenha ocorrido várias mudanças, o machismo ainda reina na nossa sociedade, infelizmente.

Emmeline Pankhurst em um de seus discursos.

Sufragistas.

Já em 1960, surge a Segunda Onda Feminista. Diferentemente das feministas dos séculos XVIII e XIX, as mulheres do século XX passaram a lutar pela igualdade entre os sexos, o fim da discriminação e a criticar a ideia de que as mulheres seriam plenamente satisfeitas em cuidar da casa e filhos. Essa ideia fez com que as mulheres passassem a participar cada vez mais do mercado de trabalho, tendo sua independência e consequentemente exigindo as mesmas condições de trabalho e respeito que os homens. Juntamente com o movimento “hippie” e a contracultura, surgia a pílula anticoncepcional, que permitiu à mulher o controle sobre seu corpo e maior liberdade sexual. Nos EUA e Europa, as revolucionárias queimaram roupas íntimas e se inseriram nos circuitos culturais das universidades, promovendo debates sobre as questões de gênero. Enquanto isso, no Brasil, vivíamos o período da ditadura militar – com grande repressão aos movimentos políticos e sociais.

Feminista participando da queima de sutiãs.

No Brasil, o movimento feminista já dava as caras nos séculos XVIII e XIX, mas era mais restrito às mulheres de classe média e alta. Passou a ter mais força após a Semana de Arte Moderna, em 1922 e a fundação do Partido Comunista do Brasil. Nesse período tem grande destaque Patrícia Rehder Galvão, de apelido Pagú (minha inspiração!). Escritora, jornalista e militante do Partido Comunista defendia a participação ativa da mulher na sociedade e na política - e foi a primeira brasileira do século 20 a ser presa política.

Em 1932, as mulheres finalmente conquistam o direito de votar no Brasil, porém as mulheres ainda são vistas de forma sexista. Assim, pode-se dizer que Nisia Floresta e Berta Lutz são as pioneiras do feminismo aqui. Lutz fundou a Federação do Progresso Feminino que lutava pelo direito ao voto e pelo direito da mulher trabalhar sem o consentimento do marido. Vale lembrar que o Brasil foi colonizado e organizou-se em uma estrutura patriarcal, em que as mulheres eram dominadas pelo pai ou marido.

Brasileiras protestando pelo direito ao voto.

Bertha Maria Julia Lutz se destaca pela luta por mudanças na legislação trabalhista com relação ao trabalho feminino e infantil, e até mesmo a igualdade salarial. Foi eleita deputada Federal e em 1937, com o golpe do Estado Novo, perdeu o mandato.

Entre a década de 30 e 60, há um expressivo movimento feminista, que questionava não só a opressão machista, mas o sexismo e os modelos de comportamento impostos pela sociedade de consumo. As propagandas da época tinham cunho pejorativo e mostravam a mulher como um objeto – bela, recatada e do lar! Nada novo sob o Sol...

Grande avanço para as mulheres, em 1977 foi promulgada a Lei do Divórcio. Antes da promulgação da lei, as mulheres separadas eram mal vistas pela sociedade e culpadas pelo casamento ter dado errado. O tema era considerado tabu, assim como anticoncepcionais, aborto, orgasmo, câncer de mama e a importância do auto exame (!), que assim como o divórcio, eram censurados pela ditadura caso fossem abordados nos meios de comunicação.

A música também teve participação nesse processo. Além do Movimento Tropicalista, que contava com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia como principais representantes, outra pessoa que teve importância no movimento feminista foi a atriz Leila Diniz, que por meio de suas palavras e atitudes colaborou para quebrar tabus relacionados à sexualidade feminina. Declarou: “Transo de manhã, de tarde e de noite”, e mais: “Você pode muito bem amar uma pessoa e ir para a cama com outra. Já aconteceu comigo”.

Uma das últimas conquistas das mulheres foi em 2006, com a promulgação da Lei Maria da Penha, lei de violência doméstica e familiar contra a mulher. A lei recebeu esse nome em homenagem a farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, agredida pelo marido, que tentou matá-la duas vezes. Na primeira vez, atirou nela deixando-a paraplégica. Na segunda, tentou eletrocutá-la. A violência contra a mulher é uma realidade muito triste e que precisa ser combatida. Maria fez de sua dor a sua luta, lutando por todas as mulheres vítimas de violência doméstica.

Embora muitos direitos já tenham sido alcançados, o feminismo faz-se necessário enquanto houver mulheres sofrendo opressão e violência dentro de casa, na rua, no seu local de trabalho, nas escolas e faculdades. Ainda temos muito para conquistar, é hora de nos unirmos e lutarmos!

Fontes:

http://www.infoescola.com/historia/segunda-onda-feminista/

http://idadecontemporaneamulher.blogspot.com.br/2007/05/o-incio-da-reinvindicao-dos-direitos-da.html

http://www.suapesquisa.com/dia_internacional_da_mulher.htm

http://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-da-mulher.htm

http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=417

http://causasperdidas.literatortura.com/2013/10/27/a-trajetoria-do-movimento-feminista-e-suas-lutas-frente-aos-dilemas-do-seculo-xxi/

Espero que tenham gostado do post! Dúvidas, sugestões, críticas, entrem em contato através do meu e-mail ou facebook. :)

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