Como o feminismo mudou a minha vida
Eu me descobri feminista há pouco tempo, cerca de dois anos atrás, logo após o término de um relacionamento. Na verdade, eu já era feminista, só não sabia o que isso significava. Você começa a perceber que algumas atitudes em seu círculo social não são legais e sim, um tanto quanto problemáticas. Então, você passa a se questionar e também as atitudes de seus amigos e familiares.
É difícil perceber que você está inserida numa sociedade machista, pois desde cedo, as mulheres são forçadas a seguir um padrão de comportamento. Cobram-nos um comportamento de “mocinha”, que é incentivado com tais frases, por exemplo:
“Sente-se como uma moça!”
“Se você não aprender a cozinhar, nenhum homem casará com você!”
“Carrinhos não são brinquedos para meninas, volte a brincar de casinha!”
“Esta roupa está curta demais! Troque-se antes que um homem a assedie.”
Muitas vezes você se sente culpada por ser feminista, por não se calar, por intimidar tanto as pessoas. Já deixei de conviver com muita gente depois de ter começado a militar – isso acabou sendo bom, pois assim, livrei-me de pessoas babacas. A maioria das pessoas têm uma ideia errada sobre o que é o movimento, espelham-se somente em aspectos ruins, exageros, como a Marcha das Vadias (a qual, particularmente, não me representa). Contudo, extremismos existem em qualquer movimento.
Nós, feministas, não odiamos os homens e nem queremos superioridade a eles, o que queremos é equidade entre os gêneros, para que possamos ter os mesmos privilégios que eles, como por exemplo: ganhar o mesmo que um homem para exercer a mesma função (homens recebem salários 30% maiores que as mulheres no Brasil), ter a mesma liberdade sexual que um homem (sem ser chamada de puta e outras palavras pejorativas), ter maior participação na política (Brasil tem menos mulheres no Legislativo que o Oriente Médio), ter as mesmas oportunidades de trabalho e estudo, e acima de tudo, respeito.
Basicamente, se você concorda que as mulheres merecem ter as mesmas oportunidades que um homem e que o gênero não determina a capacidade de alguém, más notícias – ou não- você é feminista ou apoia o feminismo! Então, antes de sair disseminando ódio contra as feministas, sugiro que leiam um pouco a respeito e que reflitam sobre como nossa sociedade é desigual na questão de gêneros.
Nem sempre ser feminista me deixa contente. Defendo muito a causa, mas é extremamente cansativo, já que você sai da sua zona de conforto, abre sua mente para questões que antes pouco importava. Além de que sempre haverá alguém tentando te irritar, te chamando para discussões e mesmo você explicando e defendendo a causa, há os imbecis que vão usar argumentos ignorantes e te chamarão de “feminazi”, provando assim, mais uma vez, que não entendem sobre feminismo tampouco sobre nazismo.
Além de me tornar mais livre em certos aspectos, o feminismo me tornou uma pessoa mais crítica, visto que passei a indagar mais e a não permitir que me silenciassem. Fico muito feliz em ver meninas cada vez mais novas engajadas no movimento, é um grande avanço, empoderando-as desde cedo, possivelmente elas não sofrerão relacionamentos abusivos, uma vez que terão maior consciência sobre isso.
Espero que tenham gostado do meu relato e que continuem acompanhando nosso projeto! Em breve teremos vídeos e outros textos. Sintam-se a vontade para tirar dúvidas, dar sugestões e comentar!